quarta-feira, março 18, 2015

Cia. Aérea de Teatro - 13 anos de périplo!

A Cia Aérea de Teatro foi criada em 2002 por três estudantes de teatro, Luiza Lorenz, Margô Ferreira e Christiane Martins, que tinham em comum a crença de que o verdadeiro trabalho do ator é sua labuta incansável (física, psicológica e mentalmente) na busca da ação poética, do libertar-se da inércia das formas/tensões, dos sons, e dos ritmos a que tanto estamos acostumados/condicionados, e que nos mantém dentro do ordinário e do previsível. Para isso, foram dois os caminhos fundantes da trajetória deste grupo: um deles deu-se através das pesquisas físicas, com técnicas que em si já tiravam o corpo de seu estado de normalidade. As atrizes trabalharam durante quatro anos com técnicas do teatro aéreo, desenvolvidas pelo grupo argentino De La Guarda. Outro caminho foi a proximidade com a poesia, pois em dialogo interno com o texto poético iam-se materializando diversos “textos” em movimento, em ações situadas num plano permeável à construção de símbolos e metáforas. A cena, polissêmica, erigia-se da fricção entre palavra e ação e música, outro elemento presente em todos os processos do grupo. Foi assim que em 2003, criou-se o espetáculo Transitório, Todavia Infinito, que incorpora o linguajar etéreo dos poetas Cruz e Sousa, Ernani Rosas e Luis Delfino e os concilia ao rumor dramático de Lindolf Bell e Maura de Senna Pereira. A poesia desses autores catarinenses serviu a obra como fio condutor para esta primeira experiência cênica da Cia Aérea, em que o texto poético modelou-se a ação viva do ator. Em 2006, foi a vez do grupo experimentar em cena um texto dramático, mas que é permeado de imagens poéticas e flerta com a poesia em prosa. É a Valsa n. 6, de Nelson Rodrigues, criada com a técnica do teatro aéreo, em parceria com ex—integrantes do grupo argentino De La Guarda. Mais uma vez a construção da ação poética deeprendia das fundações de um texto poético. Em 2007, o grupo continua com sua pesquisa de novas possibilidades cênicas e estréia o espetáculo Anúncio Vago de Chuva, mergulhando fundo nos poemas de Contemplação do Amor, do poeta Alcides Buss, criando uma obra multimídia que intercala os mais diferentes recursos expressivos: teatro-dança, vídeo-arte, performance, cinema, texto e música misturam-se, ora sobrepondo imagens reais e virtuais, ora projetando imagens sobre o próprio corpo dos atores. Em 2011, a atriz Luiza Lorenz, uma das fundadoras da Cia Aérea, ganha a bolsa Funarte de Residência Artística e vai estagiar durante 6 meses com a Periplo, Cia Teatral, em Buenos Aires, levando na mala toda a obra poética de Cruz e Sousa, e retornando a Ilha de Santa Catarina, com o espetáculo Evocações, escrito a partir da prosa poética de Cruz e criado/produzido em parceria entre a Cia Aérea e a Périplo, Cia Teatral. Em 2014 esta parceria é continuada com o espetáculo Cascaes - Memórias do Homem de Argila Crua, através de recursos do Edital Elisabete Anderle.

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